quarta-feira, 25 de junho de 2008

Velinhas (afff)

........................................................................................

Já?!!! Agora que eu estava me acostumando aos 27.
..................................................................
.....................................................................
...................................................................
..................................................................
[Foto: Nataliya Peregudova]

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Após

....................................................................

Os olhos umedecidos contemplavam-na enquanto dormia, seu rosto, a paz de um sono tranqüilo. Por um bom tempo permaneceu assim, a observar, ficaria a noite toda velando seu sono mas tinha necessidade de partir, sua decisão já estava tomada de antemão, e ele sabe que não pode ser de outra forma.
O relógio marca 04h30min. Da porta ele a vê sob a luz branda do abajur, volta e lhe assenta um beijo à fronte para depois sem olhar para trás ganhar a rua.
No frio da madrugada nenhuma alma pelas ruas, o vento cortante crispa-lhe os lábios. Os dedos doem, o coração dói. Talvez por dentro sinta mais frio ainda, um coração que a muito não vê o sol. Devaneios... desalento... desilusão. Ele só quer chegar em casa. É doloroso ser real neste tempo onde não há tempo, sonhar um sonho que não é mais seu.

.............................................................................
.................................................................................
.............................................................................
[Foto: Luís Lobo Henriques]

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Gravura

............................................................................
....................................................................
Como ir e vir?
Como não sentir?
Quando vou sorrir enfim?
Se ela não me encontrar, quem vai pintar as canções que desenho em mim?

...........................................................
...........................................................
Paulinho Moska - Impacto
..........................................................................
.........................................................................
[Foto: Fast...]

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Ausência

.....................................................................

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces. Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida.
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
......................................................

Vinicius de Moraes
.........................................................

________________________________________________________________

....................................................................................

Encerra-se mais um capítulo em minha vida, partirei, ainda sem saber pra onde ir, mas partirei, seguro de que outrora pude viver em uma outra realidade, a realidade de quem ama e é amado. Foi bom enquanto durou, porém, se tornou pesado demais. Viro a página, viverei, se intensamente ou não pouco importa, hoje tudo me é indiferente.

......................................................................................................

[Foto: Ricardo Araújo]

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Eu aprenderei, tu saberás!

..........................................................................

Novamente você se foi, a luz se apagou. Nada restou do que havíamos construído. Aqui estou eu, com uma garrafa de vinho barato tentando entender as peças que a vida nos prega. Tudo poderia ser mais fácil, um simples “dois mais dois igual a quatro” e pronto! E pensar que eu gostava de matemática; devo ter faltado a esta aula. Talvez então, como numa conjugação verbal, seríamos – EU, TU, NÓS!!! (não existiriam “Ele” ou “Ela”). Começo a pensar que não fui um bom aluno, “estou de recuperação”. Quem sabe um intensivo? Faculdade? Pós-Graduação? Essa matéria não tem lógica, mas se tivesse qual seria a graça?
Para o caderno já inventaram a borracha, já para o coração...
................................................................
..................................................................
..........................................................
A luz se apagou
Nada restou
Definitivamente.
....................................................
....................................................

__________________________________

..............................................

...................................................

"Tenho que falar pois falar salva".

Clarice Lispector - Tempestade de Almas
.................................................

................................................................

[Foto: Paulo Evangelista]