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Ainda agora escrevo como que anestesiado, com o peito a explodir num misto de dor e desgosto.
Em algumas poucas horas você reconstruiu o meu castelo, para em alguns segundos derrubá-lo, me trouxe aquela atmosfera de paz que tínhamos, me fez acreditar que ainda valia a pena, pois o amor não se extinguiu de todo, apenas adormeceu em mim, e agora você via o quanto me amava, e que era um amor sereno, consciente (foram palavras suas), e agora... agora...
Só alguns meses ausente, ausente de si mesma, pois aquela não era você, e uma atitude que mudará o curso de uma vida. E eu... fico aqui, sem saber como agir.
O melhor seria fechar os olhos e acreditar que nada disso é real, que não passa de um pesadelo, que vou acordar gritando e me dar conta de que tudo não passou de um sonho ruim (como eu gostaria de ser assim, mas não consigo).
Um turbilhão de coisas passam pela minha mente, num emaranhado de sensações que me fazem sorrir com a certeza de que outrora éramos felizes (e eu sabia), e sensações que me fazem agonizar por saber que nunca mais será, (nunca é muito tempo, eu sei) nunca mais será como antes.
Escrevo num gesto de desespero, não atinando muito para a forma e ordem das coisas, perdi o rumo, só sei que a escrita é um bálsamo para mim agora (e sempre foi).Enquanto mergulho em minha inexistência, tu vais dar vida a uma outra vida que não a minha, fruto da inconseqüência... (e que seja abençoado).