sexta-feira, 30 de maio de 2008

... ao pó voltarás.

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Por um momento quis correr, virar as costas e correr, correr o mais rápido e para o mais longe possível, enquanto confusa, me dizia tudo o que eu não sabia, decerto que nem tudo me era totalmente desconhecido, porém não imaginava a gravidade da situação.
Ainda agora escrevo como que anestesiado, com o peito a explodir num misto de dor e desgosto.
Em algumas poucas horas você reconstruiu o meu castelo, para em alguns segundos derrubá-lo, me trouxe aquela atmosfera de paz que tínhamos, me fez acreditar que ainda valia a pena, pois o amor não se extinguiu de todo, apenas adormeceu em mim, e agora você via o quanto me amava, e que era um amor sereno, consciente (foram palavras suas), e agora... agora...
Só alguns meses ausente, ausente de si mesma, pois aquela não era você, e uma atitude que mudará o curso de uma vida. E eu... fico aqui, sem saber como agir.
O melhor seria fechar os olhos e acreditar que nada disso é real, que não passa de um pesadelo, que vou acordar gritando e me dar conta de que tudo não passou de um sonho ruim (como eu gostaria de ser assim, mas não consigo).
Um turbilhão de coisas passam pela minha mente, num emaranhado de sensações que me fazem sorrir com a certeza de que outrora éramos felizes (e eu sabia), e sensações que me fazem agonizar por saber que nunca mais será, (nunca é muito tempo, eu sei) nunca mais será como antes.
Escrevo num gesto de desespero, não atinando muito para a forma e ordem das coisas, perdi o rumo, só sei que a escrita é um bálsamo para mim agora (e sempre foi).Enquanto mergulho em minha inexistência, tu vais dar vida a uma outra vida que não a minha, fruto da inconseqüência... (e que seja abençoado).
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[Foto: Paulo Cesar]

6 comentários:

V. disse...

hummm.... isto está diferente! :)

em relação ao texto só me apetece rematar com uma música:

love is never through
it doesn't die
it just goes on


[ Scout Niblett ]

um beijinho grande*

Ai e Tal... disse...

Pois e... Falam falam, nao medindo o que dizem e depois vao-se embora, como se não tivessem responsabilidade por aquilo que causam... É assim muita gente Sam... E tambem já me senti perdida, também já me deram tudo e no dia seguinte tiraram... Esta gente é toda estupida...

***MUAH***

Maria Laura disse...

Encontros e desencontros da maior parte das relações. Porque somos todos tão complicados?

Fláh disse...

Escrever sempre me é um refugio, uma válvula de escape pra quando a balde se torna cheio demais.

:)

nOgS disse...

"aquela" somos sempre nós, muitas vezes custas-nos a assumir simplesmente as facetas negras das quais desgostamos...

Palavras, no fundo, leva-as o vento e tanto podem dizer a eternidade de um amor, como fazê-lo perdurar sem que exista...

O amor não é paixão apenas, essa sim extingue-se como o fogo bem como passa determinadas fases adormecida por debaixo de camadas à espera que algo mais forte acenda a chama de novo.

E os castelos querido...

Nunca vivas em castelos de areia, pois basta um sopro leve para que esses se desfaçam...

Beijo

PS: É admirável a forma como rematas... Os frutos nunca têm culpa do processo de criação...

Beijo

Anônimo disse...

Estou sem palavras... você já disse TUDO!

Parabéns, blog show!

Abraço!