quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Vazio

Ah, esse vácuo medonho que sinto no meu seio!
Muitas vezes penso...
se pudesses uma vez,
uma só vez, apertá-la ao meu peito,
todo esse vácuo haveria de se encher.


Werther




...Protagonista de uma peça inacabada
..........................................me interpreto
................................................sob o olhar atento do vazio.
.....
...Em meio aos transeuntes,
............................................... ..vou e venho...
............................................ .não faço senão ir e vir.
.....
...Melancolia de uma tarde
....................... . ...........fria e chuvosa, cenário nostálgico.
................................................................................................................
...Refaço o caminho de casa e adentro o quarto
.............................. da mesma maneira que saí...
..................................................... ..Vazio
..............................................................................................
.............................................................................................
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[Foto: Alberto Monteiro]

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

São Paulo Poesia



São Paulo, lamento e caminho, metrópole e ninho, sonho e sedução...
São Paulo, de arrependimentos, prazeres, calma e confusão.
São Paulo, da terra molhada, da pele encharcada, de raios de sol.
São Paulo, furor pós-moderno, cópia dos infernos, Éden nos Jardins.
São Paulo de mil movimentos, espaços e ventos, verões e manhãs.
São Paulo dos bares e ruas, dos céus e das luas, putas seminuas.
São Paulo, conceito abstrato, do sangue no asfalto, tortura e tesão.
São Paulo, caminhos diversos, atrasos, progressos, trem de uma nação.
São Paulo, paixão visceral, da lama e do caos, sinos, catedrais
.



São Paulo dos mil artifícios, dos medos e gritos, luz e escuridão...
São Paulo, trilha de bandeiras, de amor sem fronteiras pro mundo lá fora.
São Paulo das mil hierarquias, das periferias, do samba e do jazz.
São Paulo, poesia concreta, na ferida aberta de todos os loucos.
São Paulo, magia de Houdini, cena de Fellini, Glauber, Mazzaropi...
São Paulo, donzelas vadias, meretrizes castas no Centro das Praças.
São Paulo, reino dos pilantras, palco de carrascos, de deuses nefastos.
São Paulo, Brasil solidário, berço abençoado no Pátio do Padre.
São Paulo, terra dos gigantes, eternos viajantes, peões e empresários.

São Paulo, rios e viadutos, alegrias e lutos, fonte de afeição.
São Paulo, sem definição! Castigo ou perdão? - Xaxado e baião.
São Paulo da complexidade e da filosofia de um bom botequim.
São Paulo, roteiro de amores e de dissabores, carma do sem fim.
São Paulo, tempero da vida, bela, mas...Bandida. Socorro! Ai de nós!
São Paulo do espírito inquieto, moleque irrequieto nas ruas, sinais...
São Paulo da Santa Poesia, da doce utopia, do norte sem cais...
São Paulo, que acolhe e domina, maltrata e ensina:

TE AMO...

Sem mais!

Goimar Dantas

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Amo seus detalhes

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Sua grandeza

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Sua diversidade

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Em seus labirintos

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[454 anos, já é hora - Liberdade e Soberania!]

*fotos tiradas com meu pobre celular em mais uma de minhas idas e vindas pela cidade.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Diálogos de uma festa familiar


Lá pras tantas...

Dona L... : _ Os homens andam tão distantes, tão ausentes.

Dona Q... : _ É verdade, por isso vou chorar por onde tenho mais saudade agora.

... e entrou no banheiro.

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[em tempo... parabéns amigo! 52 não é pra qualquer 1]
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[Foto: Sam]

domingo, 27 de janeiro de 2008

Conflitos - parte 1

Eu sou assim mesmo, gostem ou não.
Às vezes nem eu me suporto, mas nem por isso pretendo mudar.
Gosto de estar sozinho, mas também aprecio uma boa companhia.
Amo meus poucos amigos, amo mais ainda a solidão, se bem que nem sempre quero estar só.
Aprendi a observar as coisas por diversos ângulos e pontos de vista, mas às vezes, enxergo o óbvio apenas por teimosia, se bem que essa teimosia muitas vezes origina-se na preguiça, e a preguiça por sua vez gera mais teimosia o que sacrifica qualquer outra opinião.
Escrevo isso tudo por comodidade, não saberia me expressar com tamanha naturalidade a alguém, mesmo se este alguém estivesse disposto a ouvir.
Não preciso de compreensão, faço isso por mim mesmo. De alguma forma fico aliviado escrevendo certas coisas, mesmo que este texto nunca chegue aos olhos de ninguém, que morra perdido entre as páginas da minha velha agenda. (e aqui agora)

[parte 2 está neste momento num conflito entre idéias e palavras]

sábado, 26 de janeiro de 2008

Ceticismo

Desci um dia ao tenebroso abismo,
Onde a dúvida ergueu altar profano;
Cansado de lutar no mundo insano,
Fraco que sou, volvi ao ceticismo.


Da Igreja - a Grande Mãe - o exorcismo
Terrível me feriu, e então sereno,
De joelhos aos pés do Nazareno
Baixo rezei, em fundo misticismo:


- Oh! Deus, eu creio em ti, mas me perdoa!
Se esta dúvida cruel qual me magoa
Me torna ínfimo, desgraçado réu.


Ah, entre o medo que o meu Ser aterra,
Não sei se viva p’ra morrer na terra,
Não sei se morra p’ra viver no Céu!
Augusto dos Anjos

[provação ou privação? ainda hei de descobrir]

Minha vida...





... cores e sabores...

... letras e sons.

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[Fotos: Sam]

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Ocioso

Todos os dias eu perco a hora, e já não faço mais questão de acertar, já não vejo o que está por trás e não distingo quem me quer bem.
As palavras se atropelam ao sair da minha boca, e ainda assim não acompanham meu raciocínio.
Meus pensamentos divagam facilmente, minhas idéias esfumaçam e se dissipam como a névoa pela manhã.
Meu olhar se perde enquanto minha mente vagueia sem controle, pelo passado e pelo futuro improvável, até cair de cara no presente, então volto ao ponto de partida para mais uma viagem sem rumo pela órbita dos meus pensamentos.
Não tenho vontades, não como, não durmo, não procuro ninguém, não quero estar com ninguém.
Não estou doente, tampouco delirando, apenas deixo o tempo passar, minuto a minuto, segundo a segundo... tic tac, tic tac, tic tac... e mais um dia se foi.
Bombas explodem, pessoas morrem, nascem, brincam, brigam... ônibus, televisão, vizinhos, latidos... preciso de café urgente, fumaça... e cá estou eu divagando outra vez.

Festival de Bandas 2007

http://www.youtube.com/watch?v=BccyQ94AxG8

De onde vem a calma

De onde vem a calma daquele cara?
Ele não sabe ser melhor, viu?
Como não entende de ser valente
Ele não saber ser mais viril
Ele não sabe não, viu?
Às vezes dá como um frio
É o mundo que anda hostil
O mundo todo é hostil

De onde vem o jeito tão sem defeito
Que esse rapaz consegue fingir?
Olha esse sorriso tão indeciso
Tá se exibindo pra solidão
Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão

Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só não vou ceder
Deus vai dar aval sim
O mal vai ter fim
E no final assim calado
Eu sei que vou ser coroado rei de mim.
Marcelo Camelo

Sonhos Deletérios

Onde existia uma fonte de águas cristalinas,

nem uma gota restou.

Nenhuma só que faça reviver a imagem de tudo que era belo,

onde até as coisas mais banais se tornavam tão nossas.

O encanto se quebrou,

nada mais ficou do que havíamos construído,

apenas a lembrança do que foi.

Enquanto te entregavas à alguém,

eu a via em meus sonhos,

e imaginava quando juntos

veríamos a última estrela já ao nascer do sol.

Agora esse punhal que me atravessa,

transforma toda a esperança e alegria em dor,

e oprime a alma sufocando um sentimento verdadeiro,

que agoniza e se desespera

ao saber que nunca mais verá a pureza

em seu olhar.

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A partir de hoje usarei este espaço para publicar
minhas viagens intergalácticas.