quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sim


SIM
Desde que eu te vi eu te quis
Eu quis te raptar
Eu fiz um altar
Pra te receber
Como um anjo
Que caiu lá do céu
Não estava voando
Andando
Distraiu-se
SIM
E agora?
Eu quero voltar lá do céu
Eu quero estar de volta
Eu quero ter você quando estiver de volta
Eu quero você para mim
Não dou
Pra ficar só,
sim,
não dou,
não
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Nando Reis
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[Foto: Luís Lobo Henriques]

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Tenho estado distante da blogosfera graças a ao tempo que insiste em fugir pelas minhas mãos, e isso tem me incomodado muito, ainda mais por não poder estar acompanhando cada espaço que tenho linkado aqui.
Em breve isso estará resolvido (espero). Não abandonei meu blog e também não morri como andaram cogitando, pelo contrário, nunca estive tão vivo quanto agora. Renovado, feliz, amando... amado.
Perdoem minha ausência momentânea, com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo e tão intensamente tem sido difícil formular algo coerente.
Um grande beijo a todos.
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domingo, 10 de agosto de 2008

Tempo


Houve um tempo em que eu via o tempo passar, onde eu conseguia ser pontual, o tempo sobrava. Onde está esse tempo? Ouço os mais velhos dizerem constantemente: - “No meu tempo era diferente.” – Isso ou aquilo sempre eram diferentes. Me pergunto se antigamente o tempo era tangível, ou se as horas tinham mais do que sessenta minutos? Estou ficando velho. Vivo num contratempo, contra-fluxo, anti-horário de mim mesmo.
Hoje está fazendo um dia tão bonito! Friozinho bom! Tem gente que não gosta desse tempo. Queria escrever mais sobre isso mas meu tempo está se esgotando e nem o vi passar, tenho que voltar ao trabalho, lá é o único lugar onde o tempo não passa - Por quê?


[Foto: Susana Ferreira]

terça-feira, 29 de julho de 2008


Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta
Cadáveres adiados que procriam.
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Leis feitas, estátuas vistas, odes findas -
Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, por que não elas?
Somos contos contando contos, nada.
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Fernando Pessoa
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[Foto: Rui Bento Alves]

terça-feira, 22 de julho de 2008

Separação

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No mar revolto das palavras ela flutuava em seu espírito em estado de dúvida, mal ousava pronunciá-la. Como o náufrago que luta até suas últimas forças antes de ser abatido pelas ondas, não acreditava no fim inevitável.
Mas sim, ela se fez presente, surgiu como uma vaga que rebenta nas pedras com força descomunal. Ela, soberana e fatal ...- ...Separação.
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[Foto: Haleh Bryan]

terça-feira, 15 de julho de 2008

(...)

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O pensamento vem da dor, o pensamento chama a dor, e na felicidade se vive sem pensamentos! Beba, meu velho! Afogue seus pensamentos!
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Katierina em A Senhoria - F. M. Dostoiévski
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[Foto: José Roberto]

terça-feira, 1 de julho de 2008

(...)

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Neste mundo não há nada mais difícil que a franqueza e mais fácil que a lisonja. Se a franqueza se junta a menor nota falsa, imediatamente se produz uma dissonância, e a seguir o escândalo; ao passo que na lisonja, mesmo que tudo seja falso até a última nota, mesmo assim ela é agradável e é recebida com satisfação - com satisfação grosseira, é verdade, mas com satisfação. E por muito grosseira que seja a lisonja, metade dela, pelo menos parece verdadeira.
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Svidrigáilov em "Crime e Castigo" - F. M. Dostoiévski
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[Foto: Haleh Bryan]

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Velinhas (afff)

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Já?!!! Agora que eu estava me acostumando aos 27.
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[Foto: Nataliya Peregudova]

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Após

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Os olhos umedecidos contemplavam-na enquanto dormia, seu rosto, a paz de um sono tranqüilo. Por um bom tempo permaneceu assim, a observar, ficaria a noite toda velando seu sono mas tinha necessidade de partir, sua decisão já estava tomada de antemão, e ele sabe que não pode ser de outra forma.
O relógio marca 04h30min. Da porta ele a vê sob a luz branda do abajur, volta e lhe assenta um beijo à fronte para depois sem olhar para trás ganhar a rua.
No frio da madrugada nenhuma alma pelas ruas, o vento cortante crispa-lhe os lábios. Os dedos doem, o coração dói. Talvez por dentro sinta mais frio ainda, um coração que a muito não vê o sol. Devaneios... desalento... desilusão. Ele só quer chegar em casa. É doloroso ser real neste tempo onde não há tempo, sonhar um sonho que não é mais seu.

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[Foto: Luís Lobo Henriques]

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Gravura

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Como ir e vir?
Como não sentir?
Quando vou sorrir enfim?
Se ela não me encontrar, quem vai pintar as canções que desenho em mim?

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Paulinho Moska - Impacto
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[Foto: Fast...]

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Ausência

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Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces. Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida.
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
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Vinicius de Moraes
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Encerra-se mais um capítulo em minha vida, partirei, ainda sem saber pra onde ir, mas partirei, seguro de que outrora pude viver em uma outra realidade, a realidade de quem ama e é amado. Foi bom enquanto durou, porém, se tornou pesado demais. Viro a página, viverei, se intensamente ou não pouco importa, hoje tudo me é indiferente.

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[Foto: Ricardo Araújo]

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Eu aprenderei, tu saberás!

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Novamente você se foi, a luz se apagou. Nada restou do que havíamos construído. Aqui estou eu, com uma garrafa de vinho barato tentando entender as peças que a vida nos prega. Tudo poderia ser mais fácil, um simples “dois mais dois igual a quatro” e pronto! E pensar que eu gostava de matemática; devo ter faltado a esta aula. Talvez então, como numa conjugação verbal, seríamos – EU, TU, NÓS!!! (não existiriam “Ele” ou “Ela”). Começo a pensar que não fui um bom aluno, “estou de recuperação”. Quem sabe um intensivo? Faculdade? Pós-Graduação? Essa matéria não tem lógica, mas se tivesse qual seria a graça?
Para o caderno já inventaram a borracha, já para o coração...
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A luz se apagou
Nada restou
Definitivamente.
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"Tenho que falar pois falar salva".

Clarice Lispector - Tempestade de Almas
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[Foto: Paulo Evangelista]

sexta-feira, 30 de maio de 2008

... ao pó voltarás.

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Por um momento quis correr, virar as costas e correr, correr o mais rápido e para o mais longe possível, enquanto confusa, me dizia tudo o que eu não sabia, decerto que nem tudo me era totalmente desconhecido, porém não imaginava a gravidade da situação.
Ainda agora escrevo como que anestesiado, com o peito a explodir num misto de dor e desgosto.
Em algumas poucas horas você reconstruiu o meu castelo, para em alguns segundos derrubá-lo, me trouxe aquela atmosfera de paz que tínhamos, me fez acreditar que ainda valia a pena, pois o amor não se extinguiu de todo, apenas adormeceu em mim, e agora você via o quanto me amava, e que era um amor sereno, consciente (foram palavras suas), e agora... agora...
Só alguns meses ausente, ausente de si mesma, pois aquela não era você, e uma atitude que mudará o curso de uma vida. E eu... fico aqui, sem saber como agir.
O melhor seria fechar os olhos e acreditar que nada disso é real, que não passa de um pesadelo, que vou acordar gritando e me dar conta de que tudo não passou de um sonho ruim (como eu gostaria de ser assim, mas não consigo).
Um turbilhão de coisas passam pela minha mente, num emaranhado de sensações que me fazem sorrir com a certeza de que outrora éramos felizes (e eu sabia), e sensações que me fazem agonizar por saber que nunca mais será, (nunca é muito tempo, eu sei) nunca mais será como antes.
Escrevo num gesto de desespero, não atinando muito para a forma e ordem das coisas, perdi o rumo, só sei que a escrita é um bálsamo para mim agora (e sempre foi).Enquanto mergulho em minha inexistência, tu vais dar vida a uma outra vida que não a minha, fruto da inconseqüência... (e que seja abençoado).
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[Foto: Paulo Cesar]

domingo, 25 de maio de 2008

Rotina

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Olhares atentos.......................
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..................palavras codificadas...............
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telefones insistentes.......... procedimentos..........
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........................................... digita
....................confere.........
.................................................................................................... coleta................................. 2º via.....
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escala......
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Vou vivendo .........................
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.....................um que não sou eu...............
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mas que se faz necessário...............................................
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[Foto: Adriana Oliveira]

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Desafio

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Confesso que sou um pouco avesso a esses desafios, mas vá lá...
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Este me foi enviado pela Nogs e consiste em expressar o significado das seguintes palavras.
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Família – Fundamental.
Homem – Cada vez mais distante de Deus.
Mulher – Cada vez mais distante de Deus.
Sorriso – Abre portas.
Perfume - Suave.
Carro - Praticidade.
Paixão - Música.
Amor – Sempre amamos alguém, que ama outro alguém, que por sua vez ama outra pessoa.
Olhos - Os da alma.
Sal - Tempero... mas não muito salgado.
Chuva – Me dá uma paz...
Mar - Reflexão.
Livro – Vários, não quero cometer nenhuma injustiça citando apenas um.
Filmes – Drácula de Bram Stoker.
Músicas – Impossível eleger uma só.
Dinheiro – O suficiente.
Silêncio - Paz.
Solidão – Aprecio.
Flor - Rosa.
Sonhos – Nenhum absurdo.
Cidade – São Paulo.
País – São Paulo (eu sei, é uma utopia).
Não viver sem – Música, mulher.
Nunca deixar de ser – São Paulino (ah, esse meu time).
Qualidades – Hosnestidade, sinceridade.
Defeitos - Teimosia.
Gostos - Simples.
Não passarei – Do ano de 2099.
Detestas – Falsidade, hipocrisia.
Pessoa – Minha Mama (baixinha guerreira
).
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Sei que existe uma regrinha de passar adiante, escolhendo alguém para dar continuidade ao desafio, mas desta vez esse vai parar por aqui.
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Um grande beijo para ti Nogs !!!
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[Foto: Xiang Gao]

terça-feira, 20 de maio de 2008

Dissonante

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Vibrou o último acorde, uma vontade imensa de permanecer ali.
O palco acanhado, já não comportava a energia que emanava em cada compasso, através das frestas do lugar que tremia a cada acorde.
Vibrou o último acorde, e no fundo eles não queriam que fosse assim, mas como que anestesiados aceitaram (como de costume) a situação imposta pelas adversidades.
Mesmo sentindo a energia favorável do talento e da amizade, não possuem mais a força motora que os impele ao encontro do sonho cada vez mais distante, o sonho que se esvai com o vento que nunca sopra a favor.
Vibrou o último acorde, em meio a tanta gente que acompanhava atentamente cada arranjo, cada nota e palavra entoada harmoniosamente.
E ao fechar das cortinas cada um seguiu seu coração, não querendo mais acreditar, negando mesmo a possibilidade de continuar a ser um corpo, onde cada um dos membros, ainda que com algumas limitações, soavam perfeitamente como um todo.
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[Foto: Andrés Bortnik]

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Gracias

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Querida Nogs, melhor que este "mimo" é ter você sempre tão presente neste humilde cantinho.
Obrigado por permitir que, de alguma forma, eu faça parte da sua vida, assim como também não posso mais deixar de ler-te e mergulhar em suas palavras.
Obrigado por sua amizade, e pelo seu carinho.
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quarta-feira, 14 de maio de 2008

Error

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Então, eis-me aqui. Como explicar esse meu desaparecimento recente... ?
Bem. Tenho vivido uma relação de amor e ódio com meu computador, já está parecendo casamento mal resolvido, desses que precisam de uma boa briga, com direito a quebradeira de pratos e tudo para voltarem ao normal, e dependendo da intensidade da briga alguns voltam à Lua-de-Mel.
Na nossa intimidade já até nomeei os 3 Hd's que possuo, Pricipal, Batistinha e Reservinha, respectivamente. O Reservinha coitado, 3 gigas, (é verdade ainda existe) é inofensivo, já o Batistinha é genioso, limpeza de disco não é com ele, desfragmentar então, nem pensar, trava tudo. O Principal é onde está armazenado todo o sistema, quando ele não funciona, nada funciona, e quantos e quantos arquivos já desapareceram, um dia estavam lá, com todas as suas letras, sons, figuras e no outro, nada! Um nada absoluto, nem um vestígio sequer.
Quando os três funcionam perfeitamente a placa de som resolve não funcionar, ou o leitor de CD não reconhece mídia nenhuma, e então fico sem música, o que no meu caso é impossível, pois sou movido por ela, seja de manhã ou de madrugada ela está sempre presente, e sempre no meu ritmo, seja melancólico, alucinante, ou apaixonado e etc etc etc...
Mas o pior de tudo é quando fico sem minha conexão, e dessa vez foi longe demais, cogitei a possibilidade de traí-lo com outros computadores, as lan-houses sorriam para mim, computadores alheios sempre tão prestativos, estavam sempre a disposição, diziam: - Olhe sua caixa de e-mails pelo menos, rapidinho, ninguém vai saber! Mas permaneci firme, fiel.
Agora, após um novo check-up nossa relação parece ter voltado ao normal, quantas noites mal dormidas, e quantos não foram os chutes que na hora da fúria disparei contra meu companheiro das madrugadas. Algumas coisas foram mudadas, outra serão, o Batistinha continua firme e forte (ao menos por enquanto), meu teclado e meu mouse funcionam sem fio, já abasteci meu estoque de pilhas para não correr o risco, o monitor ganhou uma capa nova para protegê-lo da umidade e de "quebra" uma... (melhor não usar essa palavra, vai que ele leva a sério) e por "fim" uma limpeza geral; limpeza... melhor o Batistinha não ler isso, e melhor eu parar por aqui também.

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[Foto: Sam]
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quarta-feira, 9 de abril de 2008

Meu Sonho

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Eu
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Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sangüenta na mão?
Por que brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?
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Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso...
E galopas do vale através...
Oh! da estrada acordando aa poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?
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Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas... Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?
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Cavaleiro, quem és? _ que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?
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O Fantasma
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Sou o sonho de tua esperança,
Tua febre que nunca descansas
O delírio que te há de matar!...
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Álvares de Azevedo
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[Foto: Armindo Dias]

terça-feira, 8 de abril de 2008

Modernidades Nem Tão Modernas

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[Foto: José Paulo Andrade]
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sábado, 29 de março de 2008

Ausência

Amigos, perdoem minha ausência, ando com alguns problemas de conexão, HD's, e por aí vai...
Estou me conectando por computadores alheios apenas, sendo que pelos mesmos não disponho de tempo e sossego o suficiente para publicar algo.
Espero que consiga em breve restabelecer minha conexão para dar prosseguimento em minhas viagens à blogosfera e as minhas leituras diárias de espaços tão ricos de sabedoria e sentimentos, os quais já não vivo sem.

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quarta-feira, 19 de março de 2008

A Lista

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Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
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Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você já desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
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Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora
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Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
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Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
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Quantas canções que você não cantava
Hoje assovia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
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Oswaldo Montenegro
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Foto: Repertório do último show em São Paulo (01/12/06) da turnê "4" dos Los Hermanos - by Sam

sábado, 15 de março de 2008

Amanhecer

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Mais um dia...
Um novo amanhecer, e este enfim traz novas esperanças.
Um novo horizonte, novas perspectivas.
Agora o sonho parece tangível, ganho novo fôlego para continuar lutando e isso me satisfaz, ao menos por enquanto, dá sentido a minha vida nesse labirinto que às vezes parece não ter saída.
É engraçado como as coisas tomam proporções gigantescas em minha mente, seja para o bem como para o mal, uma simples fagulha basta para incendiar tudo, uma simples fagulha é o que tem bastado para me tirar desse estado mórbido vivido já a um bom tempo, onde tudo o que tenho feito é me arrastar de um compromisso a outro simplesmente pelo dever.

Ao que me parece a vida tem batido a minha porta, mesmo que timidamente, mostrando que ainda há algo que valha a pena viver, e que é hora de deixar este meu abrigo, este meu "subsolo", e por mais que eu me sinta totalmente seguro nele, é hora de abrir a janela e deixar a luz do dia entrar.

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Quando o sol bater na janela do seu quarto

Lembra e vê, que o caminho é um só.

Renato Russo - Legião Urbana

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[Foto: Paulo César]






quarta-feira, 12 de março de 2008

Sem Mais

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Sempre esperamos um do outro
O que mais esperamos da gente
Por mais motivos que tenhamos
Dessa dor comovente
Que arde na alma
Que esfria o corpo quente
Desses pesadelos mórbidos
Que tenho tido ultimamente

Será que foi tudo uma mentira
Que passou entre a gente?
Falsas conversas entre o nosso corpo e a mente
Quanto tempo tenho pra te provar quem sou?
Dessas frases malucas
Já nem sei quem errou

Eu sei que o tempo não vai mais voltar
Somente ele vai apagar
E o que nos resta é apenas dizer
Acabou pra mim
Como pra você
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[Central*]
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Anjo meu
Traga vida ao meu coração
Traga luz ao meu desespero
A cada dia o jugo se torna maior
Será a minha sina?
Meu Deus, tende compaixão dessa pobre alma abandonada
Deste ser inanimado que me tornei.
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[* Pelo andar da carruagem dia 30 poderá ser a última vez que esta música será executada pela Central, será?]
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[Foto: Armindo Dias]

segunda-feira, 10 de março de 2008

Egoísmo

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Estou sufocado, opressão por todos os lados.
O mundo está vendido e o que era certo perdeu fôlego.
Vejo todos correndo, tentando cumprir o que lhes foi determinado, esquecem de ao menos, por um minuto, contemplar o firmamento, a noite com suas estrelas, o céu num fim de tarde, espetáculos proporcionados gratuitamente que nunca se repetem, e que se transformam a cada minuto.
Lembram de Deus apenas na hora do revés, ou na tragédia.
Como se não bastasse, o egoísmo tem se tornado uma regra, todos tentam tirar proveito mesmo das coisas mais banais.
Como uma praga que se alastra, vidas se deixam levar por esse caminho que parece tão seguro, o Eu em primeiro lugar, sempre!

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[Foto: Ricardo Ribeiro]


"Todos
dizem
coisas
definidas,
mas
ninguém
define
as
coisas"
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[Millor Fernandes]
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sexta-feira, 7 de março de 2008

Santa Chuva

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Vai chover de novo,
Deu na tv que o povo já se cansou de tanto o céu desabar
E pede a um santo daqui que reza a ajuda de Deus, mas nada pode fazer
Se a chuva quer é trazer você pra mim


Vem cá que tá me dando uma vontade de chorar
Não faz assim, não vá pra lá,
meu coração vai se entregar à tempestade
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Quem é você pra me chamar aqui se nada aconteceu?
Me diz, foi só amor ou medo de ficar sozinho outra vez?
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Cadê aquela outra mulher?
Você me parecia tão bem,
A chuva já passou por aqui,
Eu mesma que cuidei de secar
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Quem foi que te ensinou a rezar?
Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez?
Devolve aquela minha tv que eu vou de vez
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Não há porque chorar por um amor que já morreu
Deixa pra lá, eu vou, adeus
Meu coração já se cansou de falsidade

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[Marcelo Camelo - Gravada por Maria Rita]
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[Fico de alma lavada
toda vez que ouço esta música,
por isso não resisti em trazer para cá
e compartilhar um pouquinho desta chuva
com todos os que aqui frequentam]
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[Foto: Sam]

terça-feira, 4 de março de 2008

Lembranças

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As linhas a seguir estavam guardadas no fundo da gaveta, bloqueadas, como fragmentos apenas, mas que vieram reclamar espaço novamente em meus pensamentos após nosso breve reencontro.
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Já faz um ano que não te vejo.
Ainda me lembro do gosto do seu beijo, ainda me lembro de como me agarrava pelo pescoço e me dizia que tudo fazia sentido quando estávamos juntos.
De como o tempo parava, das distâncias que percorríamos sem perceber.
Será que ainda pensas em mim? Ainda tens as cartas que eu te escrevi? Ou guardas em segredo a minha foto?
Fico pensando se está em paz consigo mesma, se conseguiste se desvencilhar de todos os traumas vividos, marcas adquiridas tão precocemente e de um peso tão esmagador.
Só quero saber se estás bem, e se o sol te sorri todos os dias, para que sua vida não se torne este inverno constante que a minha se tornou.

Sei que vou te reencontrar, e só quando nossos olhos se cruzarem saberemos se ainda nos resta algo.
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A pergunta que fica agora é:

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Quando te verei novamente?
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[Foto: Graça Loureiro]

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Ventura

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Donzela sombria, na brisa não sentes
A dor que um suspiro em meus lábios tremeu?
E a noite, que inspira no seio dos entes
Os sonhos ardentes
Não diz-te que a voz
Que fala-te a sós
Sou eu?
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Álvares de Azevedo
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Quão venturosa manhã
Num leito de amor ao acordar
Olhar e ver-te tão bela
Ainda a suspirar

Um olhar traz a tona um desejo fervoroso
Onde palavras não se fazem necessárias
Para que os corpos se entrelacem
E a volúpia aflore libertária

E o canto matinal dos pássaros
Se junta ao som de outra melodia
De gemidos e murmúrios indistintos
Transformados em harmonias

Da suave atração
Ao estalar do beijo ensandecido
O desejo que inflama e se alastra
Até que tudo seja consumido

E durante o restante do dia
Vai, como que no céu
Voando como um anjo
Sentindo-se como um deus

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[Foto: Joe Murphy]

Top 5 Trânsito

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Em meio a alagamentos e engarrafamentos existem algumas rotas alternativas.



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1 - Eu e a Brisa - Marcela Mangabeira
2 - Till It Happens To You - Corinne Bailey Rae
3 - Sem Mais - Central
4 - Choro Bandido - Chico Buarque
5 - There is a Light That Never Goes Out - The Smiths
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[Foto: Sam]

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Transpobre Público

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Depois de uma hora e vinte minutos finalmente consegui meu lugarzinho sentado, afinal, depois de trabalhar o dia inteiro em pé, e depois de quase ser pisoteado no metrô, eu mereço um descanso para as minhas pernas, que já não sinto mais.
Ao entrar no ônibus me deparo com uma música no último volume, música...? Um ritmo sem pé nem cabeça que a cobradora descabelada cantava de trás pra frente.
Lá fora o céu desaba em forma de chuva.
Procuro me concentrar em minha leitura, mas é impossível com esta música, os vidros do ônibus todos fechados e embaçados enquanto os passageiros em pé se acotovelam no corredor.
A chuva não pára, sentado no banco de trás está um senhor que não para de tossir, me pergunto quantas “caninhas” ele tomou antes de embarcar e torço para que ele pelo menos se lembre de por a mão na boca.
A moça do banco da frente abre a janela (Ufa! Um pouco de ar puro finalmente) e arremessa um isopor onde ela acabara de comer batatas fritas levemente engorduradas, com maionese e catchup, diga-se de passagem, e torna a fechar a janela onde pode-se ver claramente suas digitais no vidro.
No banco de trás o homem continua cuspindo os pulmões enquanto em pé no corredor, uma mulher com um decote que termina no umbigo, e uma mini-saia onde é possível ver a janela do outro lado do ônibus por entre as suas pernas, agride um rapaz que supostamente fez algum comentário “malicioso”.
Depois de vinte minutos parado no mesmo farol o motorista avisa: __ Aí pessoal, tá tudo alagado!Vamu ter qui isperá a água baixá!
A música, a tosse, o calor, a senhora sentada ao meu lado falando ao celular sobre as “perversões” da sua “amiga” no trabalho pra quem quiser ouvir, o trânsito e a água subindo cada vez mais.
Desembaço o vidro da janela e vejo um isopor, ainda sujo de catchup, boiando com outras dezenas de embalagens, pacotes e garrafas, e a pergunta que vem a mente é:
“Será que consigo chegar em casa hoje?”

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[Foto: Jornal Último Segundo]

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Gentilezas

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Hoje meu domingo ganhou outros ares ao constatar que me foram atribuídos mais 2 selos, e o que é melhor, por uma pessoa à quem admiro demais.

Quero agradecer de coração a
Ana por tamanha gentileza, pelas lindas palavras dedicadas a mim, e principalmente por nos brindar sempre com textos inspiradíssimos e de uma sensibilidade sempre tão à flor da pele.

Sei que existem algumas regrinhas, mas vou atribuir conforme meu coração está pedindo agora.





Quero atribuir este selo "Amizade Virtual" à:

Universo Paralelo

Todo Sentimento

Na Dualidade da Cor

A Minha Nuvem




E "Visitante" à:

A Filosofia e Afins

A Minha Nuvem

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Gostaria de deixar registrado aqui que entre minhas escolhas também estavam Já Nem Consigo Ser Ágil, Contornus e Rosa de Cristal os quais já foram presenteados e com razão pela Ana.

Quero deixar claro aqui também, que recomendo todos os links que deixo como referência em meu blog, mesmo os que descobri recentemente, tenho encontrado muitos tesouros nessas minhas viagens à "blogosfera", e tenho prazer em compartilhar com todos os que assim como eu, apreciam o poder que as palavras exercem, seja através de um poema, através de uma música, ou simplesmente em palavras escritas com o intuito de nos fazer refletir sobre determinada situação ou sentimento.

Ana, muito obrigado pelo carinho e pelas palavras sempre sábias que deixas aqui neste humilde cantinho!

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