terça-feira, 29 de julho de 2008


Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta
Cadáveres adiados que procriam.
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Leis feitas, estátuas vistas, odes findas -
Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, por que não elas?
Somos contos contando contos, nada.
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Fernando Pessoa
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[Foto: Rui Bento Alves]

6 comentários:

A Coração disse...

Grande Fernando Pessoa!!!Sempre com palavras tão sábidas e verdadeiras.

ruth ministro disse...

Pessoa é único, fantástico. Um génio... Um ídolo, para mim.

Bonita escolha.

Beijo

Mariana Teresa disse...

O círculo do nada, o vazio que se estabelece sozinho, e nos suga com o poder de um tudo.

Somos contos contando contos, nada
Nada fica de nada, nada somos

O ciclo se fecha.


P.S.: O ar de Ouro Preto me fez muito bem sim, vale a pena uma viagem! ;)

Anônimo disse...

Passeando por aqui e ainda voltarei para ler o resto.

Deixo o endereço do meu blog, no link, e o do flog: www.fotolog.com/alfajorkiwi

Patrícia disse...

Olá Sam! Era para dizer que agora mudei de cantinho. Estou aqui! beijinho *

nOgS disse...

Somos como o vento...

E nem plavras somos, às vezes...


Beijo